Nos últimos anos o Rio de Janeiro deu uma das maiores
viradas ambientais de sua história: de vilão passou para herói da
conservação de nossas florestas. A fundação SOS Mata Atlântica divulgou
relatório sobre o desmatamento no país e o Rio apareceu como exemplo.
Foram 92 hectares destruídos entre 2010 e 2011 contra 140 mil
registrados na década de 90.
“Nós comemoramos esse resultado. O Rio vem fazendo um trabalho
excelente em prol da conservação da Mata Atlântica com a criação de
Unidades de Conservação (UCs)”, explica Marcia Hirota, diretora de
Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica.
A Secretaria de Estado de Ambiente (SEA) implementou nos últimos anos
uma política ambiental, com diversos incentivos. Segundo o relatório,
os dois municípios que se destacam no Brasil em número de Reservas
Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) são Silva Jardim, o primeiro
da lista com 19 reservas privadas, e Nova Friburgo, com 17 RPPNs.
“Temos a lei do ICMS Verde e o Pagamento por Serviços Ambientais. O
primeiro beneficia prefeituras que preservam. O PSA dá compensação
financeira para os proprietários de terras que conservam as florestas”,
explica o subsecretário de Ambiente do Estado, Luis Firmino. “Além
disso, não abrimos mão de uma fiscalização enérgica. O proprietário que
desmata tem que plantar cinco vezes mais”.
Ainda segundo Firmino, as pastas azul (rios), marrom (agricultura) e
verde (mata atlântica) foram completamente integradas com a criação do
INEA (Instituto Estadual do Ambiente), em 2007, o que causou enormes
avanços para o Estado. “O Rio de Janeiro é o único Estado a ter essa
forma eficiente de trabalho. Antes, você precisava ir a três órgãos
diferentes pedir licença ambiental. Hoje uma licença ambiental só é dada
quando todos esses requisitos estão preenchidos”, resume.
O Rio de Janeiro tem 20% de sua mata protegida ou preservada, enquanto a média dos demais Estados é de 7%.
Segundo Marcia, as ações do Governo do Estado do Rio devem permanecer
para obter cada vez mais vitórias na preservação do meio ambiente.
“O Rio de Janeiro tem como maior desafio agora trazer para essas
áreas preservadas o turismo sustentável, a geração de renda para a
comunidade local. As pessoas precisam visitar Itatiaia e outras reservas
tão lindas. Há projetos para criação de uma infraestrutura que permita
isso”, diz ela.